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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

texto de jose s.

SEGANFREDO




Pesquisa de José Alfredo Schierholt



Pe. Antônio Seganfreddo

Nasceu o padre Antônio Seganfreddo em Mason Vicentino, Vicenza, na Itália, em 12 de junho de 1851.

Lá por 1883 emigrou para o Brasil, junto com vários familiares e amigos, estabelecendo-se no 2º distrito de Alfredo Chaves, hoje Veranópolis, na colônia de São João Batista do Herval, depois, Capoeiras, e hoje Nova Prata. Iniciou como trabalhador braçal na construção da estrada Buarque de Macedo, no trecho Bento Gonçalves-Veranópolis, em cuja região fixou-se como agricultor. Em 1890, sentindo a falta de sacerdotes entre os imigrantes, retornou à Itália e completou seus estudos eclesiásticos no Seminário de Oné di Fonte, prosseguindo-os, dois anos depois, no Instituto Cristóvão Colombo, em Piacenza. Depois de cinco anos de estudos, com 44 anos de idade, o “Barba Tóni”, como era conhecido, foi ordenado sacerdote em 31-3-1895, integrando a Congregação dos padres scalabrinianos, fundada por Dom João Batista Scalabrini.

Com alma missionária, o neo sacerdote passou mais um ano na Itália propagando a emigração para o Brasil, onde regressou em 20-7-1895, em companhia de 2.100 imigrantes. Aqui estava terminando a Revolução Federalista, ao aportar em 17 de agosto em Santos. Em setembro se apresentou ao Bispo de Porto Alegre, pedindo para atender seus conterrâneos em Alfredo Chaves, onde moravam muitos parentes. Nos primeiros dias, hospedou-se em Nova Bassano, em casa de parentes, atendendo na região as necessidades espirituais. Como tivesse um método bastante prático de trabalho, preferindo as coisas essenciais e desprezando formalidades, Pe. Seganfreddo, às vezes, entrava em choque com colegas no ministério sacerdotal, especialmente com seu sucessor e vizinho, pároco de Nova Bassano.

Em dezembro de 1895, ficando a comunidade de Capoeiras, depois São João Batista do Herval hoje Nova Prata, sem sacerdote, foi sua vaga ocupada pelo Pe. Seganfreddo, considerado o fundador da cidade. Com muito sacrifício, em 1898, iniciou a construção da igreja matriz de Nova Prata, inaugurada em 29-9-1904. Percorria a cavalo longas distâncias para atender dezenas de linhas coloniais. Em 1901 chegou a atender Turvo, depois denominada Protásio Alves. Já muito doente, foi levado a Porto Alegre para consulta médica. Enquanto aguardava condições para se submeter a uma cirurgia, ainda teve forças para atender grupos de imigrantes na capital gaúcha. Em 25-4-1908 foi submetido à cirurgia, recuperando-se lentamente. Em 1910 teve que deixar a paróquia, procurando restabelecer sua saúde na Itália. Não suportou mais ficar longe das colônias italianas e regressou ao Rio Grande do Sul, nomeado pároco, em 5-8-1912, de Nova Vicenza, nome alterado para Farroupilha, em 1934, ao ser emancipada. Não resistiu por muito tempo. Foi novamente hospitalizado em Porto Alegre, onde faleceu em 23-12-1913. Seus restos mortais foram transladados para Nova Prata, em 29-10-1915.



José Seganfredo

Pe. Antônio Seganfreddo escreveu uma carta ao bispo fundador dos scalabrinianos, em 16-9-1897, que a penúria dos italianos, na Itália, atingiu seriamente a sua família: “...um percalço infeliz jogou na miséria a minha pobre família, tanto que, a 4 de abril deste ano, os meus velhos pais tiveram que zarpar de Gênova, em companhia de um de meus irmãos (Giuseppe), com mulher e sete filhos. Quando chegaram ao Rio de Janeiro, ao invés de serem embarcados para o Rio Grande do Sul, como queriam, foram enviados a Minas Gerais, acabando sob as garras de um fazendeiro que apenas lhes fornecia o necessário para se alimentar. Quando soube do acontecido, parti no dia 2 de julho e regressei a 8 de setembro. Tive que deixar os velhos pais, o pai com 81 anos e a mãe com 70, em São João do Montenegro. Não podia trazê-los comigo, por causa do mau tempo e das estradas totalmente impraticáveis. Eu vim acompanhado por meu irmão e por cinco de seus filhos, caminhando três dias sob uma chuva torrencial”. Outros dados da carta não interessam aqui.

Os nomes dos velhos pais do Pe. Antônio Seganfreddo Pellegrino E maria volpato