CONTAR A HISTÓRIA DA FAMILIA DE CORNELIO E LUIZA FERRI SEGANFREDDO
a estrada
sexta-feira, 19 de abril de 2013
A PIPA DE VINHO
pipa de vinho ou "bôte" na lingua Talian. |
Fazendo as ultimas fotos de coisas antigas que permanecem na casa onde nasci encontrei esta velha pipa de armazenar vinho Na verdade tínhamos tres pipas para armazenar vinho produzido artesanalmente todos os anos . Estas pipas na lingua talian nós chamávamos de "bôte" .O nosso parreiral era grande, o do tio Jose Seganfredo, bem perto , a uns 200 metros tambem, e tinha o do Ermelindo Alievi, casado com nossa prima Gema Alievi, o do tio Acchiles Seganfredo, dos Mioto, dos Ferrareze... então quando a uva amadurecia era necessário colher rapidamente e concomitantemente ir "pisando os grãos" para extrair o suco e colocar para fazer todo o processo da transformação para vinho, que deveria ser feita com todo cuidado, para que não se tornasse vinagre! Mas nossos pais, nossos tios sabiam muito bem fabricar este vinho, pois fora passado de geração em geração pelos seus pais, meus avós e bisavós italianos, que vieram do Veneto, Itália como imigrantes, onde trabalhavam com "vinhais".
A vindima era uma festa, pois as familias tinham a oportunidade de permanecer juntas por mais tempo, motivos para rir, contar causos, os mais jovens ajudavam "pisar as uvas", e assim passavamos mais ou menos de 15 a 20 dias todos juntos.
Nestas ocasiões vinha sempre a tona uma hisória oral que a nona Catarina contava: os Seganfredo, na Italia trabalhavam de meeiros para um conde que era muito tirano e sua esposa tambem. Moravam em um casarão , na colonia , o Conde chegava a fechar o porão a chave com medo de ser roubado. Mas, diagamos, já naquela época estes tais de "condes" já não estavam mais com tanto poder, as coisas iam mal na Italia.....
Na época da colheita o tal conde chegava para acompanhar a colheita e dava a ordem de que as uvas melhores deveriam ser colocadas em um cesto que seria para sua familia e as uvas menos saudáveis fossem colocadas para os meeiros....Seganfredo, a familia de Carlo e de Giuseppe trabalhavam juntas nisso. Mas como os Seganfredo não eram nada bobos enchiam os dois cestos concomitantemente , e quando iam levando os mesmos para o depósito , carregando de dois em dois, as duplas de carregadores ficavam lado a lado, e, quando este tal conde se distraia, no meio do caminho, rápidamente trocavam os cestos, isto é, faziam justiça, 1 cesto de uva boa para conde e o mesmo para eles, contrariando as ordens do conde sem discutir.
Perguntando aos nossos parentes italianos se sabiam que nossos antepassados haviam trabalhado de meeiros para uma familia de nobres não foi possivel encontrar indícios que provassem esta história oral. Mas é bem possivel que seja verdadeira.E, quanto a fabricação de vinho artesanal, nossas familias que moravam na colonia em Ciríaco com o tempo pararam de cultivar uvas para fazer vinho, mas mantem sempre algumas parreiras para consumo .....é o costume.
Fica em aberto, algum primo que lembrar da história ........Boas lembranças.....
nossas parreiras |
quarta-feira, 3 de abril de 2013
DA INTERNET PIONEIROS SCALABRINIANOS
Obs: Barba Toni era o apelido de Pe.Antonio Seganfredo, Barba era equivalente a `tio
37
CAPÍTULO VIII
Chegada do Velho “Barba Toni”
Conforme a carta de 16 de agosto, que o Pe. Giuseppe Molinari escreveu ao bispo de Porto Alegre, o plano de viagem dos missionários havia sofrido uma alteração: Serraglia desistira do compromisso de acompanhar Seganfredo, para unir-se ao Pe. Colbachini.
Entretanto, o Pe. Antônio Seganfredo – Barba Toni para os amigos – respeitou-o, e partiu de Placência no dia 20 de julho. Pouco tempo depois zarpou de Gênova, no navio “Edilio Re”, assumindo o cargo de capelão de bordo durante a travessia. “A viagem foi longa e agitada – escreve ele. Embarcados no Edílio encontravam-se 2.218 passageiros de terceira classe. Fui tratado otimamente. O comandante, uma pessoa exemplar, vinha à Missa todas as manhãs. Ai de quem ousasse insultar-me. Ele tomava minha defesa. Celebrei vinte Missas: quinze “ad mentem Archiepiscopi Genovensis” e cinco para passageiros. Morreram seis crianças que ainda não tinham completado um ano e uma mulher de trinta anos. Nasceram dois”(53).
O precioso trabalho de Seganfredo entre os passageiros mereceu um voto de louvor do Capitão Pezzolo Emanuele que, no dia 17 de agosto, escreveu de Santos a D. Scalabrini:
“O abaixo assinado, capitão do vapor “Edilio Re”, da Sociedade Ligure Brasileira, teve a honra de ter a bordo o Rev.mo Pe. Antônio Seganfredo, da Congregação fundada por V. Ex.a Rev.ma. Sinto o dever de comunicar-lhe quanto a obra deste benemérito sacerdote tenha sido útil durante a viagem que acabo de fazer de Gênova, Nápoles, Rio de Janeiro e Santos, graças a Deus em boas condições de tempo e de saúde. Em meio a 2.100 pobres emigrados, apertados em exíguo esparso e dos quais a maioria enfrentava o mar pela primeira vez, pude constatar quanto a obra do missionário seja eficaz para confortar os tímidos e os acabrunhados, para acalmar eventuais animosidades que surgem por questões fúteis e atritos inevitáveis durante essas viagens, onde se encontram aglomeradas pessoas tão diversas não só de províncias como também de nacionalidade.
Oxalá todos os navios que conduzem um tal número de emigrantes pudesse sempre contar, para o bem deles, com um dos missionários do benemérito Instituto fundado por V. Ex.a Rev.ma”(54).
Pe. Antonio Seganfredo é o primeiro sentado ao lado de D.Scalabrini, à direita |
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CAPÍTULO VIII
Chegada do Velho “Barba Toni”
Conforme a carta de 16 de agosto, que o Pe. Giuseppe Molinari escreveu ao bispo de Porto Alegre, o plano de viagem dos missionários havia sofrido uma alteração: Serraglia desistira do compromisso de acompanhar Seganfredo, para unir-se ao Pe. Colbachini.
Entretanto, o Pe. Antônio Seganfredo – Barba Toni para os amigos – respeitou-o, e partiu de Placência no dia 20 de julho. Pouco tempo depois zarpou de Gênova, no navio “Edilio Re”, assumindo o cargo de capelão de bordo durante a travessia. “A viagem foi longa e agitada – escreve ele. Embarcados no Edílio encontravam-se 2.218 passageiros de terceira classe. Fui tratado otimamente. O comandante, uma pessoa exemplar, vinha à Missa todas as manhãs. Ai de quem ousasse insultar-me. Ele tomava minha defesa. Celebrei vinte Missas: quinze “ad mentem Archiepiscopi Genovensis” e cinco para passageiros. Morreram seis crianças que ainda não tinham completado um ano e uma mulher de trinta anos. Nasceram dois”(53).
O precioso trabalho de Seganfredo entre os passageiros mereceu um voto de louvor do Capitão Pezzolo Emanuele que, no dia 17 de agosto, escreveu de Santos a D. Scalabrini:
“O abaixo assinado, capitão do vapor “Edilio Re”, da Sociedade Ligure Brasileira, teve a honra de ter a bordo o Rev.mo Pe. Antônio Seganfredo, da Congregação fundada por V. Ex.a Rev.ma. Sinto o dever de comunicar-lhe quanto a obra deste benemérito sacerdote tenha sido útil durante a viagem que acabo de fazer de Gênova, Nápoles, Rio de Janeiro e Santos, graças a Deus em boas condições de tempo e de saúde. Em meio a 2.100 pobres emigrados, apertados em exíguo esparso e dos quais a maioria enfrentava o mar pela primeira vez, pude constatar quanto a obra do missionário seja eficaz para confortar os tímidos e os acabrunhados, para acalmar eventuais animosidades que surgem por questões fúteis e atritos inevitáveis durante essas viagens, onde se encontram aglomeradas pessoas tão diversas não só de províncias como também de nacionalidade.
Oxalá todos os navios que conduzem um tal número de emigrantes pudesse sempre contar, para o bem deles, com um dos missionários do benemérito Instituto fundado por V. Ex.a Rev.ma”(54).
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