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sábado, 11 de maio de 2013

MINHA MÃE , LUIZA FERRI SEGANFREDDO=HOMENAGEM

com a neta Silvana Cericato, agora silvana Cericato Carbone, o pai no fundo, assando um churrasco na brasa...
MINHA MAE
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Minha mãe, Luiza Ferri nasceu em  Nova Bassano, Rio Grande do Sul, Brasil, filha de Celeste Giovanni Ferri   e Pierina Cecchin, imigrantes italianos, ambos vieram com seus pais quando ainda crianças , ele com 12 anos e ela com 9 anos de idade.  Embora  fossem crianças quando vieram ao Brasil, seus pais falavam o Talian, a lingua veneto brasileira. Eles, criados nas colonias quase que exclusivamente habitadas por imigrantes italianos tambem falavam pouco o portugues. Minha mãe Luiza Ferri tinha 10 anos de idade  quando veio com seus pais e irmãos morar em  Ciriaco ,  pois meu avô precisava de mais terras para os filhos , eram já crescidos, compraram 4 colonias de terra de cultura, sendo uns dos primeiros dos imigrantes a sair da antiga colonia e vir a a habitar em novas terras, em 1925.

Minha mãe e sua irmã menor chamada Argene foram colocadas dentro dos cestos de taquara para realizar a viagem, a pé, os adultos, e as duas meninas como costumavam fazer  dentro dos cestos, não haviam outros meios de transporte, ou cavalos, ou mulas. Assim ela se tornou ciriaquense,  convivendo com suas amigas de origem italiana e tambem com as de origem luso brasileiras, como as irmãs Vieira, filhas de Otávio Vieira, especialmente a Mosa(Hiponina) a Dadina, a Neca.....foram amigas , brincavam  com as bonecas como todas as meninas e como na brincadeira haviam batizado as bonecas elas se tratavam como comadres, embora não  fossem de fato. Minha mãe falava bem o portugues, embora sempre com um acentuado sotaque italiano, pois aprendera com suas amigas luso brasileiras. Quando tinha 15 anos meu tio Antonio  Ferri levou Luiza e Argene a Nova Bassano, foram a cavalo, elas não conheciam ainda sua irmã mais velha chamada Angelina (Angela Maria Zanon) que ficara em Nova Bassano- Nesta visita conheceu meu pai Cornelio Seganfredo , que ainda morava em Nova Bassano, Ele tinha 20 anos. Foi um amor ä primeira vista.   Voltando a Ciriaco minha mãe recusava todos os pretendentes, dizia que seu futuro marido era aquele de Nova Bassano....lembremos que naquela época casavam com 17/20 anos.....
Enfim, meu pai comprou tambem terras em Ciriaco, onde seu irmão mais velho José Seganfredo viera em 1932  Quando  tinha 23 anos ,  depois que voltou do serviço   militar veio para a  então  vila  de Ciriaco e  em 1941 se casaram.

Minha mãe sempre foi agricultora, professava a religão católica, era dada a leitura e trabalhava muito, na roça e em casa, como todas as mulheres agricultoras daquela época. Governava a  casa para que nunca faltasse nada ,  lia muito, gostava de escrever cartas a seus irmãos e irmãs que tinham se mudado para outras cidades ou Estados do Brasil, gostava de receber visitas, conversar, gostava  de novidades....
O progresso em Ciriaco chegou depois dos anos 60, chegou primeiro o rádio, depois com a Luz elétrica, a TV, a água  encanada e a vida das agricultoras se tornou mais fácil. Além de  seus 7 filhos naturais criou mais uma menina luso brasileira   e incentivou as filhas e filhos para que estudassem , pois era uma forma de sair da vida dura das colonias. 

Presto minha homenagem a minha mãe, mulher forte,embora tenha nos deixado em 1992, quando faleceu   , deixando uma lacuna enorme, insubstituível para sempre.

Uma das qualidades de minha mãe era a habilidade  em imitar pessoas, contar muitos causos, riamos muito, todos juntos....enfim, minha homenagem a esta  mulher admirável, minha mãe, nossa mãe. Luiza Ferri Seganfredo.

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